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Depois de uma década editando os livros do poeta mineiro, a Companhia das Letras anunciou fim de contrato
Redação
A editora Companhia das Letras, a maior casa do país, anunciou o fim da edição dos livros do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, morto em 1987. O comunicado, publicado nas redes sociais, vem causando impacato em leitores e no meio literário. Com o fim do contrato entre o herdeiro do espólio do escritor, os livros sairão das prateleiras em 6 meses. Pedro Drummond, o neto, e a editora, não chegaram a um acordo para que a obra continuasse a ser publicada. Agora, abre-se um capítulo incerto para uma das produções mais prolíficas da literatura brasileira.
o comunicado
Entre 2011 e 2021, tivemos a honra de publicar a obra de Carlos Drummond de Andrade. Foram 54 títulos, incluindo poesia, crônica, diários, antologias e livros infantis.
A coleção contou com conselho consultivo, projeto gráfico especial, novo estabelecimento de texto e posfácios encomendados para as edições, assinados por críticos e escritores que jogavam luz sobre a relevância de um dos principais poetas de língua portuguesa.
Desenvolvemos material educativo, lançamos campanhas de fomento à leitura, como “Espalhe Drummond”, organizamos aulas, shows, vídeos, debates, lives, entre muitas outras celebrações – vale destacar, por exemplo, a homenagem na Flip de 2012 e os festejos do Dia D, no dia 31 de outubro, que buscavam celebrar a obra e apresentá-la a um novo público de leitores. Nossas reedições mereceram ampla cobertura da imprensa, em resenhas e matérias.
A Companhia das Letras informa, com tristeza, que, por não ver possibilidade de aceitar os termos de renovação do contrato, decidiu deixar de publicar a obra de Carlos Drummond de Andrade. Ao longo desses dez anos, fomos pautados pelo profundo respeito, pelo entusiasmo e pela absoluta admiração, cientes da responsabilidade e da alegria de ser a casa de um dos nossos maiores poetas.
As edições ficarão disponíveis nas livrarias por seis meses.
A biografia do escritor, que está sendo escrita por Humberto Werneck, continua de pé, segundo o jornalista mineiro. A previsão de lançamento da obra é para o próximo ano, em que se comemoram os 120 anos do nascimento de Drummond, em Itabira.